Como uma figura da qual nunca se viu tudo
Mas se sabe que dela falta uma parte
Me falta alguma coisa, todos vêem
Mas o que é essa coisa? Ninguém sabe...
Percebem os olhos pálidos, caídos
Os ombros curvos, o andar pesado
Me falta alguma coisa, todos dizem
E eu sigo andando assim, meio sem lado
Minhas mãos têm movimentos desconexos
São tentativas vãs de armar um gesto
E as palavras se calam em meio à frase
Meus passos não desenham rumo certo
E eu sigo sem resposta, incompleto:
Que coisa que me falta? Ninguém sabe...
(Mateus Borba)
Nenhum comentário:
Postar um comentário