sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sobre Livros e Planos

Esse jeito leve de cheiro antigo, retrato da alma estirada na grama, ilumina e dói de um jeito bom. Diz seu nome, qualquer coisa, qualquer som, lado a lado, os pés caminhando juntos... Deixa a chuva, ela cai pra nós, também os pedaços de céu que seus olhos carregam. Você lembra? Não diz nada... Deixa a chuva, deixa. Bebe de mim.

Queria te dar flores, um livro, te fazer uma canção. Não sou muito bom nisso, não sou muito bom. Gosto de como minhas feridas se fecham quando você me olha assim, como se eu fosse um farol perdido num pedaço de terra lá longe, bem longe.

Queria te dar flores do campo e um livro que falasse de Amor, desse Amor que não existe, que é só invenção, que se alimenta de palavras doces que nunca são ditas no mundo real. É nesse canto de você que eu me deito, bem entre suas histórias, perto de algum medo pequeno. E você passa por mim através, como amanhecer do primeiro dia depois do dia em que se aprende a sorrir.

Você queria uma casa numa cidade fria e distante, lembra? E eu queria te dar flores do campo.



(Mateus Borba)

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