Havia um verde vasto
Pé de tudo e de nada
E o campo de areia branca
Que mal conseguíamos cruzar
Nele, os homens se reuniam
Bola correndo entre os pés
E eu, correndo entre eles
Me sentia menino crescido
Havia um morro comprido
E, além do morro, uma árvore
Saída de algum desses livros de imaginação
E havia a casa de portas abertas
O cheiro constante de comida no fogo
As risadas da família
O salão de pedras vermelhas
Lembro da goiabeira
Meu lugar preferido no mundo
(Meu mundo era a casa e o redor)
De lá descobria telhados
Brincava de não temer a altura
Achava ter pés de gatuno
Por deixar as telhas inteiras
Mesmo quando, descoberto
Andava sobre elas com passos ligeiros
Havia meus pais, minhas avós, primos e irmãos
E as minhas melhores lembranças do que é ter uma família
À noite, os barulhos sem nome
Que a casa grande respondia
E a gente imaginando perigos de crianças
Ali o mundo era vasto
E eu, menino, não sabia
Que aquilo era felicidade
Como nunca mais eu teria
(Mateus Borba)
Todas essas memórias desses tempos...
ResponderExcluirMuito,lindo,meu bem!
Muito lindo mesmo.
Mateus, tem um selo pra você no Bem-me-quer.
ResponderExcluirUm beijoo'o