quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Tá, é mentira. Mas seria uma realidade bem melhor que essa que me prende agora. E eu até queria, juro que sim – tanto, e como, e tão! -, mas é aquela história do coração que não ouve a cabeça e vice-versa, ou algo assim. A culpa também é minha. Gosto de apertar o cigarro aceso contra a mão pra lembrar como é sentir dor, porque não sei mais o que é isso. Não sei mais o que é sentir, de uma maneira geral. Tudo passa por mim apenas como um sorriso vago, meia hora de diversão, um copo de pinga tragado num gole. E, além disso, há tanta noite pela frente, tantas mesas sujas pra conhecer, tantos olhos bêbados boiando por aí, esperando, querendo, e meu peito incha quando a lua chega, e isso você não entende.

Mas eu queria mesmo era o seu coração na ponta do cigarro.


(Mateus Borba)

2 comentários:

  1. "Mas eu queria mesmo era o seu coração na ponta do cigarro."

    O coração da pessoa amada sempre queremos levar dentro de nós.Adorei.

    Bei-jo príncipe.

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