Na varanda
Eu escrevo e
fumo
Aqui eu
sinto o tempo
E ouço a
respiração da Terra
Na varanda, eu bebo
Mais uma
cerveja enquanto fumo
E fumo
enquanto escrevo
Aqui
A madrugada
é mais madrugada
E é nela que
me sinto inteiro -
Eu sou da
madrugada
Daqui ouço o
galo
Que canta
fora do horário
(Hoje ele
nem cantou)
Na varanda,
agora
Tenho que
ter cuidado
Ando com pés
mansos
Nas pontas
dos cascos
É que, no
xaxim de sempre
O mesmo
velho passarinho
Voltou para
fazer ninho
Como sempre
fez
Cuido para
não acordar
O passarinho
que não fuma
Nem vê que a
madrugada
É mais
madrugada agora
Eu escrevo o
que me cabe
O passarinho
tem outras histórias
(Mateus Borba)
(Mateus Borba)
Deu vontade de viver a vida com esse olhar invertido (:
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