terça-feira, 24 de abril de 2012


Abriste a porta: e agora, o que tu vês,
Que em tua face configura o medo?
Vês o sombrio espectro do segredo,
Que avulta sobre ti sua morbidez?

Vejo-te à porta, prostrada de assombro...
O que és agora, que somente o gelo
Corre em teu corpo inerte, e posso vê-lo
Tal como um pélago omitido em sombra?

Deslindas tu, como um mistério oculto:
Que horror adormecido encaraste,
Que a cor do espanto tinge tua tez?

Teu rosto transmutado em estranho vulto...
Será que a própria morte despertaste?
Dize-me agora! Fala: o que tu vês?


(Mateus Borba)

Um comentário:

  1. Realmente admito que você é um poeta. Suas palavras~penetram na alma, impressionante. Realmente seu Blog me tira do tédio. Parabéns pelas lindas palavras. Muito obrigada por retribuir e seja sempre muito bem-vindo! Beijos.

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