sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Eu estou cansado

Deve ser a idade
O tempo 
Ou esse vento atravessado

Sei lá

Talvez o exercício pesado
Que é existir

Talvez seja a noite
Essa lua meio embriagada
Que despencou de repente
Ou a maré baixa que não quebra ondas
Um suspiro desavisado
De quem não sabe de nada

Eu suspiro
E não sei de nada
Nem de maré, nem de vento

Eu sigo, e só isso:
Não tento

Da intenção, sou espuma
Do plano, o que se desarruma
Da estrada, porteira fechada

Explícito
Mau tempo
Sobre coisas
Inacabadas


(Mateus Borba)

3 comentários:

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  2. Sinto-em assim também. Mas alegro-me com sua existência. Precisamos de poetas que mesmo cansados, não desistam de ser quem são.

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  3. Acho que isso é da alma do poeta. Como diz Adélia: "de vez em quando Deus me tira a poesia, olho pedra vejo pedra mesmo".

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